Motociclistas e ciclistas homens são os que mais perdem a vida
Essa é a pergunta que dezenas de especialistas e estudiosos se fazem todos os dias. Os números não mentem, desde 2020 as mortes no trânsito voltaram a aumentar, após 10 anos em queda contínua e estável. Em comparação a 2019, foi aproximadamente 2,5% maior. Pode parecer pouco, mas, na prática, foram 33.497 pessoas falecidas em acidentes. Ou seja, milhares de famílias perderam seus entes queridos em estradas e ruas pelo Brasil. A Rek Parking se solidariza com cada uma delas e chama atenção para o assunto.
Os números se repetem a nível global. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1,35 milhões de pessoas morrem no trânsito em todo o mundo. Neste sentido, somos o terceiro no ranking de países que mais matam. Ficando apenas atrás da Índia e da China, segundo dados do relatório Global Status Report on Road Safety, da OMS. Isso corresponde a uma média de 1 vida perdida a cada 24 segundos.
Esse aumento pode ter muitos fatores. Falta de educação sobre o trânsito, desconhecimento do Código de Trânsito Brasileiro, falta de habilitação (explicada pelos altos valores para se adquirir uma), desatenção e leis brandas demais para quem provoca um acidente. Esse último é o que mais causa revolta em quem perdeu um parente por imprudência de outro motorista. Tanto, que punir de forma adequada está no alvo de muitos países. Por exemplo, agora, no Reino Unido quem causar um acidente com morte poderá ser condenado com prisão perpétua, estando ou não sob o efeito de álcool ou drogas.
Ciclistas e motociclistas as maiores vítimas
Infelizmente, os motociclistas e os ciclistas são os que mais perdem a vida nessa guerra. Segundo dados do Ministério da Saúde, 12.011 motociclistas morreram apenas em rodovias brasileiras em 2020. Já em relação aos ciclistas, entre 2018 e 2020, o ministério informou que foram cerca de 4 óbitos por dia. Além disso, cerca de 55,8 mil ciclistas foram internados gravemente na rede pública neste período.
O especialista David Duarte Lima (doutor em Segurança de Trânsito pela Universidade Livre de Bruxelas, mestre em Saúde Pública pela Universidade Católica de Louvain – Bélgica) compilou e analisou os dados do Ministério da Saúde. De acordo com a sua avaliação para o Portal do Trânsito “atualmente podemos dizer que cerca da metade do número de mortes no trânsito é decorrente de acidentes envolvendo motocicletas”.
O que mais assusta nesses dados são as idades dos que perderam a vida. Entre motociclistas, são homens entre 20 e 59 anos. Bem como, entre os ciclistas são 80% do gênero masculino, sendo 47% entre 20 e 49 anos.
Rio Grande do Sul não foge à regra
Quando se olha estado por estado, percebe-se que o aumento de mortes associado a imprudência é uma tendência de todo o país. Um levantamento do Departamento Estadual do Trânsito do Rio Grande do Sul mostrou que, entre 2018 e 2020, 52% dos acidentes com óbitos foram causados por motoristas ou motociclistas irregulares. Em outras palavras, por pessoas sem habilitação, com a CNH suspensa, cassada ou bloqueada ou motoristas alcoolizados.
Aqui também os homens são maioria, correspondem a 53% dos condutores irregulares mortos. Destes, 73% tem por volta de 20 anos. Ainda, segundo os dados, as noites e madrugadas dos finais de semana são onde mais acontecem acidentes com vítimas.
Em 2022 os dados não melhoram, segundo o Detran RS, houve um crescimento em torno de 30% dos acidentes mortes no primeiro trimestre do ano.
Celular é a terceira maior causa de mortes no trânsito
A popularização do uso do celular e de aplicativos de mensagem está entre os fatores que ajudam a aumentar as estatísticas. Atualmente, no Brasil essa é a terceira causa de acidentes que levam a óbito. Para se ter uma ideia, a cada hora são aplicadas 28 multas por uso de smartphone na direção. Isso correspondente a 246.438 multas em 2021.
É tão séria a questão que já há estudos que mostram que dar uma “espiadinha” no aparelho causa um lapso visual. Já digitar “rouba” sua atenção em 4,5 segundos. Segundo dados da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) o uso do celular causou 57% dos acidentes. Bem como, os mais atingidos foram pessoas entre 20 aos 39 anos.
Já fizemos um post explicando os 2 tipos de desatenção e relatando 5 coisas que podem te atrapalhar enquanto dirige. Confira!
Por fim, é sempre bom lembrar que ao assumir o volante você é responsável pela sua vida, das pessoas que estão no carro e das em torno. Seja responsável!