O que pode ser feito em prol de um trânsito mais seguro

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Plano Global da ONU traça ações para a próxima década

13 milhões de pessoas irão perder a vida no trânsito até 2030. Bem como, 500 milhões serão feridos devido acidentes em todo o mundo.  Esse dado alarmante foi divulgado no Plano Global para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2021-2030 da ONU.  Justamente por isso, há uma movimentação global em prol de um trânsito mais seguro.

Já entramos na segunda década do plano da Segurança Rodoviária Global da ONU. No entanto, a meta, infelizmente, continua a mesma – reduzir, pelo menos, em 50% as mortes e lesões causadas pelo trânsito. Nos primeiros 10 anos foram quase 1,3 milhões de vidas perdidas por ano. Além do sofrimento causado, isso impacta as economias nacionais. Nesse sentido, custando aos países 3% do produto interno bruto anual. O Brasil faz parte desta triste estatística, sendo o quinto com mais óbitos por esse motivo.

Várias pesquisas mostram que a imprudência, como o desrespeito as leis, e a distração estão entre os principais motivos de acidentes. Porém, o Plano da ONU prevê uma série de ações que não responsabilizam apenas o motorista. Em outras palavras, é preciso rever vias, apostar em leis (e punições) mais severas, transporte coletivo seguro, entre outros. Enfim, entender que para um trânsito mais seguro é preciso envolver diversos fatores e deve ter participação da sociedade, políticas públicas e empresas privadas com a Rek Parking.

Sistema Seguro e Visão Zero

Afirmar que o motorista não é o único culpado dos acidentes não tira a sua responsabilidade. Pelo ao contrário. O Sistema Seguro promove a responsabilidade compartilhada. Assim, cabe as autoridades governamentais a concepção e construção de vias que levam em conta o erro humano. Já aos motoristas cabe cumprir as leis para ter um trânsito mais seguro.

Em 1997, na Suécia, foi adotado o Visão Zero. Uma forma de compreender o Sistema Seguro.  Ele parte do princípio que “nenhuma morte prematura é aceitável” e a mobilidade urbana tem que garantir isso. Ou seja, as pessoas são passíveis de erro e são frágeis, mas o sistema viário não pode ser.

Com base nestes dois conceitos, Fortaleza é um exemplo de sucesso no Brasil. As políticas públicas adotadas reduziram em 58% os óbitos no trânsito da cidade, nos últimos 20 anos. Para isso, uma série de medidas foram implementadas, como redução de velocidade em vias, faixa de retenção para motociclistas, ampliação da malha cicloviária, travessias elevadas, extensão de calçadas, esquinas seguras e planejamento urbano. Bem como, vale destacar também as inúmeras ações educativas junto a população.

A resposta pode estar na velocidade

Entre as ações recomendadas pelo Plano Global da ONU está “Implementar políticas que reduzam velocidades e priorizem as necessidades de pedestres, ciclistas e usuários do transporte público”. Segundo o projeto, para garantir a segurança de todos na via, a velocidade permitida em áreas densamente povoadas não deve ser acima de 30 km/h.

Esse número é chancelado por diferentes estudos técnicos. Eles são unânimes ao afirmar que quanto maior a velocidade, menos tempo o motorista tem para parar. E a cada 1km/h de acréscimo corresponde ao aumento de 3% de risco de se envolver em um acidente com lesões. Assim como, de 4% a 5% de risco de morte.

Paris anunciou, recentemente, a proposta de reduzir a velocidade a 30km/h em toda a cidade. Atualmente, já há vias com a máxima reduzida e zonas restritas a pedestres. Caso seja aceito, será um dos trânsitos mais seguros. Aqui no Brasil, Curitiba já conta com Vias Calmas com 30km/h. Já, em Fortaleza, há ruas com a máxima de 50km/h.

O Plano Global para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2021-2030 é extremamente necessário. Segundo seus dados, até 2030, 70% da população global viverá em ambientes urbanos. Se nada for feito, será o colapso da mobilidade urbana.