Estamos estressados e irritados e isso reflete na forma como dirigimos
Quem dirige sabe que a agressividade no trânsito brasileiro é uma realidade. Talvez, você mesmo já tenha passado por isso. A sua raiva ou estresse pode ter sido causado por uma fechada, pelo engarrafamento, a dificuldade para se locomover e até a falta de mobilidade urbana. E a explicação é simples… as nossas emoções afetam como dirigimos. Ou seja, em um momento de raiva podemos conduzir de forma mais hostil.
Atualmente o nosso trânsito é considerado um dos mais violentos do continente americano. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) o país figura em quarto lugar no número de mortes nas Américas. E, isso, pode ser causado pela pressão psicológica que os motoristas brasileiros enfrentam. Afinal, segundo um estudo do Ipea, cerca de 43,5% das pessoas ouvidas dizem enfrentar congestionamento todo dia. Dessa forma, nas grandes cidades, levando até 127 minutos do dia para se locomover.
Isso, pode ser muito estressante e, consequentemente, ser um dos fatores para acidentes. Pelo menos foi isso que mostrou uma pesquisa realizada pelo Instituto de Transportes da Virgínia Tech (EUA). Segundo os dados “dirigir com estado emocional visivelmente alterado aumenta os riscos de acidentes em quase dez vezes”
Já outro estudo, esse mais antigo (2007), realizado pela fundação espanhola Attitudes, mostrou que problemas emocionais comprometem a concentração dos motoristas. Dessa forma, medo, ansiedade, nervosismo e raiva afetavam diretamente a conduta de quem está ao volante. No entanto, a mesma análise mostrou que, as mulheres dominariam melhor as emoções. Assim, seriam menos “perigosas” no trânsito.
O que causa estresse
A agressividade no trânsito brasileiro vem sendo alvo de pesquisas. A CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias) fez um levantamento sobre o que mais incomoda os motoristas. As mais citadas foram:
- Usar o celular quando dirige
- Fechadas
- Dirigir devagar na faixa da esquerda
- Não olhar pelo retrovisor
Ainda podemos mencionar um componente a mais… o fator cultural. No Brasil carro é status. Nesse sentido, o motorista se sente “poderoso” ao volante e acredita que qualquer ação externa é uma provocação. Imagine, quantas brigas e acidentes poderiam ser evitadas se houvesse calma de ambos os lados?
Além da nossa cultura, a falta de mobilidade urbana contribui para essa agressividade no trânsito brasileiro. Já que afeta a saúde mental e física do motorista. Foi isso que mostrou uma pesquisa realizada pela Universidade de Brasília – UnB, em parceria com a Oxford Brookes University, da Inglaterra, e as Universidades Federais do Rio Grande do Sul – UFRGS e de Santa Catarina – UFSC. O que torna o assunto uma pauta urgente das cidades. Inclusive discorremos mais sobre isso no post Mobilidade urbana, precisamos falar disso.
Além dos motoristas
Todo esse estresse do motorista afeta também outras pessoas. Desde o carona que pode estar em risco até pessoas que trabalham diretamente com mobilidade urbana. Esse é o caso dos monitores da Rek Parking. Muitas vezes, eles acabam recebendo todo o descontentamento dessas pessoas.
Infelizmente, é uma realidade a violência verbal e, às vezes, física contra esses trabalhadores. Obviamente que ninguém gosta de ser notificado, no entanto faz parte do ofício destes colaboradores. Vale lembrar que eles são responsáveis por aplicar a lei municipal que rege o estacionamento rotativo. Ou seja, não “inventam” regras.
Todos os monitores passam por treinamento, inclusive para saber lidar com situações de risco. Ser cordial, agradável e educado faz parte do seu treinamento. Assim como se afastar ou chamar o supervisor caso o usuário esteja alterado. E, em caso piores, recebem todo o apoio psicológico e jurídico da Rek Parking.
Por fim, seja no trânsito ou na vida a gentileza gera gentileza!