O estacionamento rotativo é um dos instrumentos para o planejamento eficiente
Por muitas décadas, acreditava-se que o ativo mais importante de uma cidade eram as ruas onde transitavam os veículos, de preferência particular. No entanto, hoje, já se sabe que o bem mais valioso, na verdade, é o meio-fio. Até porque ele é escasso. É possível duplicar uma via, mas não essa área. Assim, a gestão do meio fio se tornou assunto urgente no planejamento urbano das cidades.
Primeiramente, vamos lembrar que o meio fio não é a calçada nem via. É a borda que une ambos. Além disso, é preciso entender que ela tem múltiplas funções. Embarque e desembarque de pedestres, acesso a garagens, ciclovia e cliclofaixas, serviço de entrega, embarque e desembarque de mercadorias, faixas de tráfego, pontos de ônibus e vagas de estacionamento (podendo ser rotativo ou não). Todas elas, muitas vezes, vivendo em conjunto. Mas, nem sempre em harmonia.
Inclusive, é aí que está o problema. Sem o planejamento correto da guia, toda a mobilidade urbana daquela área pode ser comprometida. O principal prejudicado sempre é o elo mais fraco dessa equação… o pedestre. Estudos afirmam que “quanto menos congestionado o meio fio, menos congestionado será o trânsito”. E isso é fácil de perceber. Quem nunca precisou ficar atrás de um carro que parou em fila dupla para alguém desembarcar? Ou atrás de um ônibus parado no ponto? Isso tudo prejudica o fluxo.
Uma gestão do meio fio inteligente garante fluidez para os veículos, mas, também, uma redemocratização do uso das calçadas. Além disso, promove a pedestrianização. Ou seja, devolve esse espaço aos pedestres, já que estimula a micromobilidade e a utilização do espaço urbano com food trucks, bancas de jornais, locais para sentar e outros.
Estacionamento rotativo como aliado da gestão do meio fio
No post Conheça 5 Vantagens sobre o Estacionamento Rotativo citamos justamente a gestão do meio fio. “Com o limite de horário, o estacionamento rotativo amplia as vagas promovendo um fluxo contínuo de carros”. Uma das funções da Rek Parking é democratizar o uso dessas vagas. Mas, as áreas de zona azul podem contribuir ainda mais.
Hoje pensamos nesse espaço como estático, no entanto, ele pode ter diferentes funções ao longo do mesmo dia, conforme a demanda da cidade. O mesmo pode acontecer com os valores. Uma precificação dinâmica pode contribuir positivamente para mobilidade urbana.
A primeira cidade a testar isso foi São Francisco (EUA). O valor das tarifas varia conforme a demanda. A ideia é sempre ter em média apenas 85% das vagas ocupadas. Assim, sensores de vagas (como os usados pela Rek Parking em cidades como Gramado) detectam a ocupação. Locais ou horário em que esse índice fica acima sofrem aumento de cerca de US$ 0,25. Já os que ficam abaixo diminuem o valor na mesma medida.
Os resultados iniciais mostram que um terço da área total aumentou o valor, um terço diminuiu e um terço ficou estável. No entanto, os efeitos positivos que isso provocou chamaram atenção. Menos tráfego, menos poluição, mais facilidade na hora de encontrar vagas e até menos infrações. Nesse sentido, reduziu em 22% as autuações por parar em fila dupla e em 43% o tempo gasto pelos motoristas para encontrar uma vaga disponível.
A gestão do meio fio devolve a população o espaço que é seu de direito. Todos passam a usufruir dele de forma igual, seja estacionando, caminhando, consumindo ou se deslocando.