Estatísticas mostram que falta de atenção e desrespeito ao Código figuram em primeiro lugar em acidentes fatais
Ainda está longe de o brasileiro entender que o veículo motorizado pode ser uma arma fatal. As últimas estatísticas de acidentes de trânsito mostram que a imprudência ainda figura como a principal causa. Com isso, hoje o Brasil está na quarta posição entre os países com mais mortes no trânsito do mundo, num estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019. Desse modo, ficando atrás apenas da China, Índia e Nigéria.
Essa triste realidade fez o governo federal criar a primeira base nacional de dados sobre as ocorrências no país. O Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Renaest) é alimentado com os dados dos estados e município. Bem como, pode ser consultado por qualquer cidadão. Assim, você encontra o número de incidentes, mortos e feridos, perfil das vítimas, causas e outros.
Esses dados são impressionantes. Somente em 2021 já foram 499.190 acidentes com 8.101 óbitos (outubro de 2021). Dessas mortes, a grande maioria está na idade entre 18 a 39 anos, sendo de 25 a 29 os mais atingidos. Além disso, os homens estão morrendo mais que as mulheres, cerca de 68%.
Quando se olha os dados de 2020 percebe-se que o lockdown contribuiu para esses números baixarem. No entanto, mesmo assim foram mais de 22 mil mortes no trânsito. Entre as principais causa de acidentes (com vítimas ou não) está a falta de atenção (24.103) seguida por desobediência à sinalização (9.219). Dados do Atlas da Acidentalidade no Transporte Brasileiro 2020.
Rio Grande do Sul faz levantamento de acidentes de trânsito
O Detran do Rio Grande do Sul também promoveu um estudo inédito sobre o tema focado em alguns municípios. Com isso, a ideia é subsidiar as prefeituras a atuarem mais pontualmente sobre o problema. Agora, é possível consultar as informações de 34 cidades gaúchas.
Pela primeira vez, levou-se em consideração os acidentes de trânsito com lesão corporal e danos materiais. Nesse sentido, foram analisados 8.708 acidentes fatais (2010 a 2019), 62.648 acidentes com lesão e 134.318 ocorrências com danos materiais dos últimos três anos. A base de dados foi o Sistema Consultas Integradas, da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Desse modo, foi possível saber detalhes como: Caxias do Sul tem grande número de colisões em objetos fixos; O maior problema de Rio Grande são acidentes com pedestres idosos; Colisões em geral é a principal causa de Bento Gonçalves e Cruz Alta; Já em São Leopoldo os atropelamentos figuram em primeiro lugar.
São Leopoldo realiza campanha de conscientização
Esses dados do Detran/RS foram encaminhados as prefeituras. A Secretaria Municipal de Segurança e Defesa Comunitária de São Leopoldo já agiu sobre. Em parceria com a Rek Parking, promoveu uma campanha de conscientização do perigo de usar o celular enquanto dirige.
Segundo dados da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) o uso do celular causou 57% dos acidentes. Bem como, os mais atingidos foram pessoas entre 20 aos 39 anos. Por fim, é bom lembrar que, pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), inciso VI do artigo 252, falar ao celular enquanto dirige gera multa de R$130,16 e quatro pontos na CNH.
No município de São Leopoldo, os atropelamentos e colisões (frontais e traseiras) representaram 33% e 28% dos acidentes com morte. Similarmente, a faixa etária de 18 a 29 anos também se repete como as principais vítimas.